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© A história de Katja e Andrey

um casamento secreto, uma história de amor.

© A história de Katja e Andrey

Qua | 07.04.21

© o Diário de Katja #10

© o Diário de Katja

(capítulo #9)

estudar tornou-se o meu descompressor, exercitava o cérebro e permitiu-me aprofundar o meu conhecimento. quando o bom do médico soube que eu era cirurgiã, instruída pela faculdade de Medicina do hospital Londrino de St Mary em Paddington, começou a aparecer com mais livros como pretexto para longas conversas. tanto ele como a Madre mantiveram o meu cérebro ocupado e fizeram o tempo de gestação passar célere. aprender tornou-se o meu novo momento zen. o meu corpo estava tão em forma que perdi pouca massa muscular e tu nasceste em menos de duas horas. estive uma semana de precaução em casa e sete dias após teres nascido, voltei a correr. tu trouxeste uma das melhores Primaveras de que a Madre se lembra, segundo ela. os dias mornos, permitiam-me dar-te de mamar, sair de casa ao nascer do dia e correr o tempo que me apetecesse. em média corria uma hora para dentro da floresta e uma hora de regresso a casa. a minha bússola interna nunca se enganou. apesar disso, e para descanso da Madre, levava sempre a sua bússola do exército.

(continua brevemente)

Ter | 06.04.21

© o Diário de Katja #9

© o Diário de Katja

(capítulo #8)

precisava de muito repouso e Stephany, a minha amiga de infância, foi fulcral para que eu o tivesse. tu, meu anjo, chegaste com a Primavera de 1941. a Madre, sempre solicita, queria que eu tivesse um telefone para contactar com o teu pai, como fazia quando estava em Londres. mas eu tive medo que estivesse sob escuta e desistimos da ideia. também não lhe podia escrever e desvendar onde estava. os últimos quatro meses de gravidez revelaram-se o desafio mais fascinante e o mais difícil da minha vida. eu precisava de correr, de cansar o corpo para estar calma, era o meu momento zen, mas continuava com perdas de sangue e a Madre decidiu chamar o seu médico pessoal. ele explicou-me que eu podia ter um aborto espontâneo se não ficasse deitada em total repouso e prontificou-se em voltar quando eu entrasse em trabalho de parto. para minha alegria, deu-me acesso à sua biblioteca dedicada às múltiplas vertentes da medicina. estudar tornou-se o meu descompressor, exercitava o cérebro.

(continua)

Seg | 05.04.21

© o Diário de Katja #8

© o Diário de Katja

(capítulo #7)

telefonámos à ex-directora do departamento financeiro para saber qual seria o melhor hospital para eu exercer enfermagem nos blocos operatórios. ela sugeriu-me o hospital de St Mary em Paddington, fundado em 1845, que possuía a sua própria faculdade de Medicina, onde pude frequentar o curso de cirurgião, sem ser excluída por ser mulher. o teu pai tem formação em Engenharia mecânica, nunca conheci ninguém tão feliz por resgatar carros, motos, aviões, criar engenhos do nada, o que for, como ele. é aí que se sente realizado. o comité deve-se ter esquecido de nós pois só recebemos novas ordens em 1940. em menos de uma semana, a nossa vida como casal deixou de existir. o teu pai, felizmente, foi convocado como engenheiro e não como soldado. eu só soube que estava grávida no quinto mês, pois tinha pequenas perdas de sangue todos os meses. precisava de muito repouso e Stephany, a minha amiga de infância, foi fulcral para que eu o tivesse. tu, meu anjo, chegaste com a Primavera de 1941.

(continua)

Dom | 04.04.21

© o Diário de Katja #7

© o Diário de Katja

(capítulo #6)

deixou-nos na caixa do correio um cartão pessoal com o seu contacto privado e escreveu: ligar se precisarem de ajuda. em vez de eu copiar a fórmula do antídoto, e correr risco de vida, o teu pai enviou um relatório completo sobre os corruptíveis e mudámos de emprego. o comité ficou radiante com o nosso trabalho de campo, imaginem só ter nas mãos todos os altos cargos de um laboratório farmacêutico com a tecnologia mais inovadora. Andrey recusa-se a fazer chantagem e, como o seu dom é de facto indescritível, o comité nem discute, envia outra equipa com os seus relatórios para actuar. aí telefonámos à ex-directora do departamento financeiro para saber qual seria o melhor hospital para eu exercer enfermagem nos blocos operatórios. ela sugeriu-me o hospital de St Mary em Paddington, fundado em 1845. em 1928 Alexander Fleming, oficial médico neste hospital, descobriu a penicilina. os seus estudos foram impulsionados pela vontade de encontrar maneiras de curar as feridas infectadas dos soldados da primeira guerra mundial.

(continua)

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